Hoje é o Dia Mundial da Água e, com certeza, não temos nada para comemorar. Não sou nenhum especialista em Meio Ambiente, apenas um apaixonado pela vida e um ecologista pra lá de amador. No entanto, para lembrar a data, resgatei um artigo publicado no Jornal Hoje em Dia, pelo jornalista Tião Martins, em setembro de 2009. Leia com carinho e faça uma grande reflexão. O titulo do artigo "Os rios morrem de sede" é uma homenagem ao profético e belo livrinho que o escritor e jornalista Vander Piroli escreveu para crianças e adultos. Guardo, até hoje, com muito carinho, o seu livro "O Menino e o Pinto do Menino", que é uma obra sensacional. O mineiro Vander Piroli morreu em 2006 e não gostaria de ver o que estamos fazendo com os rios brasileiros.
Literalmente, o rios morrem de sede e isso não acontece apenas com os "corguinhos" esqueléticos de fundo de quintal.
O fenômeno escandaloso já atingiu o nosso São Francisco e outros grandes rios do mundo.
Caso, por exemplo, do Amarelo, na China; o Niger, na África, e o Colorado, nos Estados Unidos.
Cientistas norte-americanos que medem o fluxo das águas na bacia do Rio São Francisco desde 1948 atestam que ele perdeu 35% do seu volume, nos últimos 50 anos.
Entre os maiores rios que cortam o território brasileiro, dizem os estudiosos, a bacia do São Francisco foi a que sofreu maior redução no fluxo da água, nesse período.
Recomenda-se que militantes da ecologia leiam o estudo, publicado pelo "Journal of Climate", da Sociedade Meteorológica Americana.
Se faltassem argumentos contra o projeto de transposição das águas do São Francisco, esse estudo bastaria para sepultar a ideia infeliz.
Mas o governo federal insiste em roubar as águas, e o São Francisco não sobreviverá ao ataque comandado por Da Silva, que se livrou da ministra Marina para aprovar o monstrengo e depois lavar as mãos, dizendo que não sabia de nada.
O governador de Minas, Aécio Neves, amado por ecologistas mineiros por mandar despoluir o Rio das Velhas e levar alento ao Rio São Francisco, terá que assumir mais corajosamente a bandeira do Chico e dividi-la com outros governadores, já que o rio nasce aqui, mas garante a vida de populações inteiras, no Nordeste do Brasil.
E não adianta limpar o Rio das Velhas, se os federais insistirem em garrotear o São Francisco
Ainda bem que os projetos de Da Silva e da mãe do Plano de Aceleração do Crescimento, o PAC, a doutora Dilma Roussef, avançam com a velocidade e racionalidade de uma tartaruga bêbada, pois, do contrário, o pior já teria acontecido.
Um dia, por mais que vocês não creiam, a História e os peixes do São Francisco ainda vão aplaudir a incompetência dos dois.
Até lá, entretanto, o Rio do Chico continuará minguando de pura sede, se os projetos de recuperação dos afluentes e das margens não forem realizados.
Na sua bacia, já aconteceram mudanças importantes no regime de chuvas e forte aumento da temperatura.
E, em consequência, a evaporação aumenta e o fluxo de água diminui.
Os cientistas admitem que algumas perdas podem estar relacionadas ao fenômeno El Niño, assim comoe às mudanças climáticas globais, mas nem todas.
Os humanos destroem mais que qualquer fenômeno natural (sendo que muitos fenômenos chamados de "naturais" também resultam de atividades humanas).
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