A tragédia da cultura do 0800

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Gostaria de aproveitar a confusão causada pela distribuição de ingressos para o show da cantora Maria Betânia, promovido pela Secretaria de Cultura em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, para chamar a atenção do GDF, Ministério Público, artistas, produtores e a quem interessar possa, para um assunto que logo vai ter que ser discutido. Criamos uma cultura em Brasília onde tudo tem que ser 0800, ou seja, de graça. Se tem apoio ou patrocínio do Estado é gratuito! É claro que existem excepcionalidades, como é o caso do próprio show da Maria Betânia em homenagem às mulheres. No entanto, é preciso ter coragem para colocar o dedo na ferida e começar a discutir essa relação que não tem sido nada benéfica para o setor produtivo cultural da nossa cidade. O atual modelo não valoriza os artistas, acaba com a formação de platéia, deixa de gerar mais emprego e renda, não gera turismo e diz para o empresariado local que não vale a pena investir em grandes eventos no Distrito Federal. É preciso que todos os setores organizados da cultura do DF repensem esse modelo. É preciso, por exemplo, definir quais serão os nossos produtos culturais para exportação. Quais serão os eventos que têm condições de gerar emprego, trazer turista e dinheiro para a nossa cidade? O Estado pode criar regras de contrapartida que sejam justas e não comprometam as produções. Eu sei que do jeito que está não pode ficar! Vamos avançar, BRASILIA!

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